Onde estavas?

Onde estavas quando mais precisei de ti? Onde estavas quando me faltou a calma na alma, quando eu mais necessitei de um abraço e um sussuro calmo e aconchegante, de tanto amor e ternura que por momentos pensei que possuias em ti. Onde estavas quando o meu mundo desabou e nem as paredes que em tempos ergui como minha proteção se manteram em pé para me proteger.
Desapareceste, tão depressa como chegaste. Invadiste o meu mundo, reviraste tudo o que conhecia do avesso e no final, apunhalaste-me nas costas e desapareceste, deixando para trás um rasto de destruição que até hoje ainda não consegui recuperar. E quando eu pensava que tudo já tinha acabado e estava pronta para um novo começo sem ti, decidiste voltar para me destruir novamente e acabar com tudo o que havia de bom em mim. E hoje, continuo desorientada sem qualquer rumo, agarrada a falsos fragmentos de memórias que criaste em mim, fragmentos de promessas lançadas ao ar que não fazias qualquer questão em torná-los realidade.
Agora, mais do que nunca sei que o fruto proíbido, nem sempre deverá ser o mais apetecido e tu não passas de uma maçã podre na árvore mais florida da minha vida.

Remember

  • Deixo-me escapar de inúmeras teorias perplexas e guio-me apenas pelo que supostamente está correcto perante os teus olhos, sempre soubemos que a distância era um facto e que mesmo corrompida nunca iria dar certo! Desculpa-me se tentei e nunca consegui mudar qualquer pensamento negativo que invadisse a tua mente, sempre fui fiel ao teu caminhar, como fui fiel a cada palavra que dizias. Para mim cada letra das tuas frases tornava-se numa melodia alucinante, que invadia cada poro do meu corpo e me anestesiava a dor. Algo que agora de nada me vale, tenho a alma cravada de histórias inacabadas de palavras arrancadas pelo tempo e tu? sim onde é que tu estás no meio desta balburdia toda?! Deixaste-te levar pelo medo e fugiste. Fugiste e levas-te contigo o pouco de paz que ainda restava em nós. É um facto contraditório aos meus pensamentos, continuo a ver-te ali ao fundo da rua, sentado naquele banco de jardim vermelho que fica debaixo da velha árvore, estás como sempre estavas, impaciente a balançar os pés e a olhar vezes consecutivas para o relógio. Os teus olhos faziam-me lembrar os pêndulos dos hipnotizadores, sempre de um lado para outro, ansioso pela chegada! Mas a chegada de quem? Pensava eu, sempre que caminhava na tua direcção. Mas no final via sempre quem era (eu)!! Sorrias como se não houvesse amanhã, tomavas-me nos teus braços e apenas um sussurro leve ao meu ouvido bastava, porque apenas este dizia tudo o que eu queria ouvir e sentia naquele momento!…

“The only way out of the labyrinth of suffering is to forgive!”

  • Ainda te sinto em mim, como um fantasma que teima em seguir cada passo que marco no meu próprio destino, sinto-te como se ainda fizesses parte de mim e tudo o que eu quero é que desapareças. Quero que agarres em todas as tuas memórias e sonhos, que fizeste tanta questão de partilhar e eu nem sequer fazia parte deles. Quero esquecer-me da forma alucinante em que me deixas-te quando me beijas-te, quero apagar esse sorriso meigo que não quer desaparecer da minha mente,quero apagar esse teu olhar doce e apaixonante que insiste em seguir-me, mesmo tu não estando lá. Quero apagar a memória daquele bar, onde sempre te encontravas à espera de alguém ou de algo que nem tu próprio sabes ao certo quem ou o que será? Queria poder dizer-te a falta que me fizeste, mesmo quando tudo o que colocavas em mim era apenas raiva e depois vinhas com o mesmo discurso de sempre, desarmadilhando todas as minhas proteções e mais uma vez , seguia o caminho que não queria e  perdia-me nos teus encantos. Por isso, quero apagar-te! Apagar cada pedaço e lembrança de ti, cada sorriso, olhar e memória que teimaste cravar em mim. Quero apagar-te, não para sempre, mas por agora. Até que toda a vontade de tanto te querer de volta desapareça, tão depressa como todas as tuas falsas promessas.